Fonte da imagem: Adoro Cinema.
Já imaginava que seria um filme impactante por envolver algo que aconteceu de verdade, com grandes personalidades afroamericanas num mesmo lugar na década de 1960, onde o mundo fervilhava, mas especialmente os EUA, na luta contra a segregação racial. Porém, foi até mais do que eu esperava. Não, não tem violência explícita, mas tem muita reflexão e debate.
É algo que falta hoje. O sistema não quer que pensemos, que reflitamos sobre como vivemos, como podemos mudar para melhor o nosso entorno, lutar pela igualdade de direitos. Infelizmente, temos visto eclodir vários problemas sociais e a maioria tem ficado de braços cruzados.
No filme, o ativista Malcom X, embora pareça um chato, "estraga-prazeres" na comemoração após a vitória histórica do boxeador Cassius Klay, que depois se tornou Mohammed Alí, tenta abrir os olhos dos colegas que eram bastante influentes em diferentes áreas para o impacto que poderiam causar na luta para os direitos dos negros. Eu só tinha ouvido falar de Malcom X e Mohammed Alí, não conhecia o jogador de futebol americano Jim Brown nem o cantor e compositor Sam Cooke.
Curiosidade: Quem produziu o filme foi Regina King, atriz que atuou em Jerry Maguire, Miss Simpatia 2, Ray Charles, A creche do papai e vários outros filmes.
No dia anterior ao que assisti esse filme, assisti o documentário "Blood Brothers: Malcolm X & Muhammad Ali", o que me fez entender bastante coisa.
Fonte da imagem: Torrent Filmes.
O documentário fala da amizade e ruptura entre Malcom X e Muhammad Alí. Mas mais do que isso mostra o contexto dela. Eu não conhecia o tamanho do movimento da Nação do Islã nos EUA na década de 1960. O racismo dentro das igrejas cristãs, a divisão entre igreja de branco e igreja de negro, a segregação que destoava com os ensinos bíblicos certamente contribuiu para esse crescimento.
A Nação do Islã pregava diferente do povo dos direitos civis de Martin Luther King, eles pregavam a autodefesa, separação. A história de exploração do povo negro pelo branco cristão, a baixa autoestima do negro precisava de uma imagem de um salvador, que valorizasse o povo. No entanto, quando muito poder está nas mãos de uma pessoa só, sabemos no que geralmente ocorre. Foi neste ponto que os dois se separaram. Um decidiu continuar na Nação e outro a fazer sua própria organização que seguisse os princípios do Islã.
Não falarei para não dar spoiler, mas vale muito para vermos por outras perspectivas e impedirmos de repetir os erros do passado. É importante ter consciência, de classe, de etnia, até mesmo de cor. Porque sim, existe racismo estrutural e ele não deve ser debatido apenas no dia da Consciência Negra.
Pronto, falei. Outra coisa: será que realmente somos livres para falar e viver como quisermos? Não. ESTAMOS. Foram direitos CONQUISTADOS ao longo dos séculos. E será que estamos realmente livres? Porque as pessoas estão cada vez mais intolerantes no nosso país? São questões a serem pensadas. E o principal: como podemos mudar o nosso contexto através da nossa carreira, da nossa voz?
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